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Aspectos Conceituais

 Para compreendermos a ação da resistência nos materiais condutores, lembramos que para que haja condução deve-se ter elétrons livres espalhados na rede. Vejamos a imagem a seguir:

 

 

 

 

 

 

 

 

   Podemos perceber o movimento desordenado dos elétrons na rede, que interagem com os átomos e dificultam sua passagem. Quanto mais alta é a temperatura maior é a agitação dos átomos no condutor, o que faz com que se aumente a resistência elétrica, valendo também o contrário, quanto menor a temperatura, menor será a agitação dos átomos e mais fácil é a passagem dos elétrons, resistência elétrica menor.

    Essa agitação dos átomos na rede é responsável pela formação de um fônon, que é uma excitação mecânica que se propaga pela  rede cristalina do sólido. Sendo que quanto maior a temperatura, mais fônons aparecem na rede. Vemos abaixo uma animação bem simplista, mas que pode ajudar a entender o que são esses fônons.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  Em 1957, os físicos John Bardeen, Leon Cooper  e Robert Scrieffer apresentaram um modelo teórico que  buscava explicar essa variação na resistência elétrica em um material supercondutor, sendo que esta concordava muito bem com as observações experimentais nos supercondutores. Esse modelo ficou conhecido por Teoria BCS, que são as iniciais dos autores, anos mais tarde reconhecidos quando receberam o prêmio Nobel.

  Cooper mostrou que dois elétrons podem se associar formando o que hoje se chama um "par de Cooper", que seriam os responsáveis pela corrente supercondutora. Dois elétrons vencem sua repulsão coulombiana e conseguem se deslocar sem impedimento pelo material no estado supercondutor, já que os elétrons pareados têm energia ligeiramente inferior aos elétrons individuais na rede. Vemos abaixo a formação de um “par de Cooper”.

 

 

 

 

 

 Além da resistência elétrica, Walther Meissner e Robert Ochsenfeld identificaram mais uma propriedade que os materiais passavam a apresentar abaixo desta temperatura crítica, que ficou conhecido como Efeito Meissner.

                Vamos entender?

 O material em temperatura ambiente permite a passagem por ele de fluxo magnético, porém ao ser resfriado abaixo de sua Tc este passa a repelir o mesmo fluxo magnético. Agindo assim como um material diamagnético perfeito. Sendo representado na figura abaixo a bolinha azul como um material e as linhas pretas como o fluxo magnético.

 

 

 Percebemos como o fluxo magnético na figura contorna o material, que é para representar a sua repulsão assim que este passa ao estado de supercondutor.

Vamos observar agora um vídeo que mostra na prática o Efeito Meissner. No vídeo abaixo são usados uma base onde será colocado nitrogênio líquido, uma pastilha cerâmica e um imã.

 

 Em temperatura ambiente o imã não interage com a pastilha cerâmica que é depositada sobre ele, porém, quando é colocado o nitrogênio líquido e a cerâmica é resfriada, passa ao estado de supercondutor e neste momento repele o campo magnético do imã que fica levitando sobre ela.

 

 

 

Supercondutividade

Aspectos históricos

Supercondutividade x condutividade

   A supercondutividade foi descoberta experimentalmente por Onnes em 1911 e embora não tenham conseguido explicação para o fenômeno no momento, em 1913 o cientista recebeu o prêmio Nobel pela descoberta. Onnes observava a resistência elétrica do mercúrio enquanto era resfriado, chegando a 4 K (-269 ºC), o resultado pode ser verificado no gráfico abaixo.

   Ao chegar a 4,2 K o mercúrio tem uma queda abrupta da resistência elétrica. Essa temperatura passou a ser identificada como a temperatura crítica Tc do material, sendo que abaixo dela o material muda de estado físico, passando ao estado de supercondutor. Estado que vai depender então da temperatura que este material se encontra, ao elevar sua temperatura este volta ao estado normal (que estava anteriormente).

  Outros materiais também passaram a ser analisados, e identificados suas temperaturas críticas, que varia de acordo com cada material.

   Esta queda acentuada da resistência elétrica foi identificada, porém não era o que Onnes esperada ao resfriar o mercúrio. Até aquele momento sabia-se que o condutor oferecia uma resistência natural à passagem elétrica, que variadva de acordo com o material e sua temperatura. Quanto mais frio, menor seria sua resistência, como representado no gráfico acima na linha roxa. 

Mas você sabe o que é e porque se tem essa resistência elétrica?

Movimento dos elétrons livres em um condutor. Fonte: https://www.mundodaeletrica.com.br/i/711/resistencia-600.jpg

Fônon gerado na passagem de um elétron Fonte: http://www.seara.ufc.br/especiais/fisica/supercondutividade/fonon.gif

Mas como fica essa resistência em um supercondutor?

Supercondutividade é o fenômeno caracterizado pela resistência elétrica zero e pela expulsão de campos magnéticos que ocorre em certos materiais, quando estes passam ao estado de supercondutor. Estas duas características estão relacionadas entre si, já que é preciso haver uma corrente persistente sem resistência para manter a exclusão do fluxo magnético.

 

 

Vamos agora ver as principais diferenças entre um material condutor e um material supercondutor na página seguinte.

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